Edivaldo dos Santos - Fale um pouco do Megga Fofo desde o tempo do freestyle a inclusão na So Much More Records (SMMR)?
Megga Fofo - Comecei a fazer Freestyle nas streets (Ruas) e logo depois, de ouvir o programa Big Show Cidade, apercebi-me que havia um espaço em que os mc´s poderiam mostrar espontaneamente os seus dotes… e foi ai então que eu decidi também participar, e ciente de que também teria algo a revelar, “o talento”. O Freestyle para mim foi como um trampolim do que seria o Megga Fofo nos próximos tempos.
Tive companheiros na altura bastante talentosos e que até certo ponto mostravam competitividade nas batalhas de Freestyle e isto só fazia com que eu me esforçasse mais para aperfeiçoar cada vez mais a minha capacidade lírica.
Depois dos freestyles enderecei para uma carreira solo, porque outrora tivera um grupo “RBM”.
E num dia, se bem me lembro, numa tarde de terça-feira, aquando saía do estúdio encontrei-me com um jovem, e falamos de música, mostrei-lhe algumas músicas minhas e ele gostou, pediu-me para ouvir mais, e de noite ligou-me a propor um negócio, que seria a primeira obra saída das mãos da produtora So Much More Records, e então marcou-se uma reunião com o conselho administrativo da So Much More Records (SMMR), onde acordamos de forma contratual que trabalharíamos no projecto “Depois de Tudo” do Megga Fofo.
Edivaldo dos Santos - SMMR o que representa pra si?
Megga Fofo - A So Much More Records representa para mim acima de tudo o princípio da minha carreira artística musical, e também a maneira mais séria e certa de se trabalhar no ramo artístico musical, principalmente no estilo Rap cá em Angola. Pessoalmente, diria também que a So Much More Records é a label certa para todo e qualquer Rapper do nosso mercado que pretende ter uma carreira digna, séria, de forma responsável e respeitada.
Edivaldo dos Santos - -“Depois de Tudo” porquê esse título?
Megga Fofo - Penso eu que independentemente de termos condições financeiras ou não, todo um álbum é um Depois de Tudo, porque é fruto de muito trabalho e sacrifício, e este é o “Depois de Tudo” do Megga Fofo.
Edivaldo dos Santos - Quanto tempo durou a produção do álbum, e porque demorou para sair visto que a publicidade já vinha sendo feita a muito tempo?
Megga Fofo - A produção do álbum teve a duração de oito meses. E eu não diria que demorou a sair, porque nós projectamos a saída do mesmo para essa altura. Quanto à publicidade ter começado a muito tempo, faz parte do plano de marketing que a produtora traçou para o álbum “Depois de Tudo”, tendo em conta que a publicidade tem um papel preponderante na projecção do artista e da obra em causa, isto musicalmente falando!!!
Edivaldo dos Santos - Fale-nos um pouco das participações no teu álbum (Vui Vui, Estremo Singo,Tafinha,Lil Jorge, D’Mage MC e outros)?
Megga Fofo - Vui Vui, Extremo Signo, Lil Jorge, D’Mage MC e Boy G, são companheiros meus de batalhas de freestyles, e como de certa forma fizeram parte de uma determinada época da minha trajectória no Rap, achei por bem convida-los a participar no meu “Depois de Tudo” como um gesto de camaradagem para com eles. Agora, quanto ao Tafinha… não teve participação no meu álbum, senão uma produção.
O meu álbum conta também com participações de Negro Bué como não podia deixar de ser, até porque pertence à So Much More Records, Totó, Nezy Morais, Pó de Gato, Dodocas integrante do grupo Khristomaniacz, Sandra Cordeiro (um grande talento) e alguns elementos da So Much More Records.
Edivaldo dos Santos - O que retratam as tuas letras?
Megga Fofo - Do amor à dor, do bem e o mal, do bem-estar aos dissabores, de tudo e do nada.
Digo isso porque é com tudo isso, que vivemos diariamente, e é isso que retrato nas letras das minhas músicas.
Edivaldo dos Santos - arte de bem fazer hip hop a quem tiras o chapéu aqui em Angola?
Megga Fofo - O Hip Hop é uma cultura, e nesse caso, eu tiro o chapéu à todos aqueles que desde mil novecentos e sei lá o quê, até aos dias de hoje, têm contribuído para o engrandecimento da cultura Hip Hop em Angola, desde o grafiteiro, B. Boy, MC’s (Reais MC’s é claro), Dj’s até mesmo aos jornalistas e promotores de eventos que contribuem para a divulgação e expansão da mesma.
Edivaldo dos Santos - Depois da venda do álbum, quais são os próximos projectos?
Megga Fofo - Bem eu tenho um projecto amplo com este álbum que não se limita apenas na venda do álbum. A venda do álbum constitui apenas a 5ª fase do projecto que comporta 15 pontos. Portanto não acho oportuno começar a falar de próximos projectos agora, sem antes concluir no mínimo 75% do projecto em mão neste momento. Porque seria como querer “levar dois ossos ao mesmo tempo”.
Edivaldo dos Santos - Como analisas o hip hop angolano?
Megga Fofo - De uns tempos pra cá, cada vez mais competitivo, com o surgimento de novos talentos, produtoras, produtores individuais, assim como o reafirmamento dos B. Boys e grafiteiros, dando uma nova dinâmica no movimento, que é aquilo que o hip-hop precisa para evidenciar-se cada vez mais.
Edivaldo dos Santos -O que tem a dizer para quem ouve as suas músicas?
Megga Fofo - Começo por dizer “Obrigado” a todos aqueles que ouvem a minha música, pois fico muito feliz por saber que existem pessoas que admiram e reconhecem o meu trabalho, e dessas pessoas eu não espero apenas elogios, mas também críticas e principalmente sugestões.
Edivaldo dos Santos - O que achas dos beefs?
Megga Fofo - Se ainda não temos dinheiro, que é o que todo mundo deseja, se bem que há uns que dizem que não gostam mas necessitam, e estamos assim!!! E quando tivermos??!!?!
Eu acho isso completamente errado, porque não estamos a contribuir em nada, mas sim a afundar por ignorância o movimento Hip Hop, e transmitir uma má imagem aos olhos dos que encontram-se fora do movimento, como é o caso das nossas famílias e a sociedade em geral.
Edivaldo dos Santos - Tem algum sonho como cantor?
Megga Fofo - É evidente que sim. Primeiramente o reconhecimento à nível dos palops e sei que com muito afinco vou conseguir, e em seguida tentar conquistar outros mercados, quem sabe a América?! Quem não gostaria de ganhar um Grammy????????
Edivaldo dos Santos - Tem alguma história como rapper, musica ou momentos que gostarias de realçar?
Megga Fofo - Hahaha, tenho mas, quem sabe numa outra oportunidade falamos disso.
Edivaldo dos Santos - Tem algum sonho como cantor?
Megga Fofo - É evidente que sim. Primeiramente o reconhecimento à nível dos palops e sei que com muito afinco vou conseguir, e em seguida tentar conquistar outros mercados, quem sabe a América?! Quem não gostaria de ganhar um Grammy????????
Edivaldo dos Santos - Fale um pouco das iniciativas como o Eclectismo Poético, Show Cidade, deste espaço de entrevista do Jornal de Angola, do site Hipflickz e outros?
Megga Fofo - É de se louvar iniciativas do género, visto que têm e dão um grande contributo na divulgação e afirmação do hip hop nacional e da música de uma maneira geral, assim como dar expressão à talentos que se encontram em fase embrionária de suas carreiras. E que existam mais organismos com iniciativas do género, tanto como as gravadoras, como é o caso da So Much More Records que aposta integralmente nos artistas.
Edivaldo dos Santos - Recado final para os fãs?
Megga Fofo - Continuem a ouvir, apoiar e a dar valor naquilo que é nosso, pois se nós não dermos, ninguém o dará. Começando por não aderir à pirataria, irem à concertos, tentarem conhecer melhor o artista antes de o criticar.
Por: Edivaldo dos Santos
A última faixa musical do disco "Depois de Tudo" do disco do rapper "Megga Fofo" sob o titulo "Free Style" com participações dos seus companheiros de batalhas nas lides do "Free Style", nomeadamente, "Lil Jorge, Extremo signo, Vui Vui, D´Mage MC e Boy G", tem sido alvo de grande polémica no seio do movimento Hip-Hop Luandense.
Megga Fofo: Da uma aparência de mediador, apresentado os seus convidados sem "beefar" ninguém, mostra o seu forte potencial em "Flow e Punch-line".
Lil Jorge: Vencedor de uma das edicções do concurso de free style do programa radiofónico "Big Show Cidade", com uma forte capacidade de improviso e em punch-line, deixa-nos algumas incógnitas na faixa ao mencionar que "Niggaz querem rebentar com show´s, mas não rebetam porque o "J" esta lá, porque o "J" esta a matar, porque o "J" esta a comandar" o que poderia entender-se como um "disse" para alguém. 
Extremo Signo: Com muito "Flow" é dos participantes da faixa que deixa mais incógnitas, que podem ser interpretadas como "punch-line ou beef", ao recriminar a muitos dos rappers e grupos que fazem venda dos seus álbum sem alcançar um numero consideravelmente de venda "batem na rocha", seguido de dicas como "Ataco a tua tropa se não é com catana é com AKA e ficas a olhar civil que esta a treinar tropas das FAA", "Aqui faz calor isso é nossa terra, nacionalista apoias o Cambondo da Inglaterra", essas foram algumas das dicas do Extrmo Singo no freestyle.
Vui Vui: Sem duvidas foi o mais directo sem tabus faz uma ofensiva verbal "bifando" a Army Squad "Feixem a Army Squad e abram os irmão metralhas, vocês não têm cérebro vocês têm falhas", Boss AC "Uns meses em Portugal e o Boss virou caxico" e muitos outros mc´s. 
De Mage MC: Com muita atitude "flow e punch-line" também faz um "disse" directo em resposta a participação de Sandocan na musica de Heavy C "Melhores em Produções" De Mage MC diz " O meu beat é frutyloop mas não estou preocupado, pois o teu pode ser Phaton mas são todos roubados".
Boy G: Também vencedor de uma das edicções do concurso de freestyles do "Big Show", forte em improviso, punch-line, mostra-se no freestyle como o pai de todos os outros participantes alertando "Cuidado ai essa vida filhos, vocês são filhos e brigas não".
